Este artigo analisa como o feminismo hegemônico ocidental reproduziu lógicas coloniais ao universalizar a experiência das mulheres brancas como sujeito normativo, invisibilizando, assim, as vivências, os saberes e as resistências de mulheres indígenas e mestiças. A partir de uma epistemologia crítica enraizada nas margens, examina os efeitos simbólicos e ontológicos dessa hegemonia, bem como as formas de resistência corporificadas na linguagem, no corpo e na memória. O artigo adota uma abordagem hermenêutica de autoras-chave do pensamento decolonial, como Gloria Anzaldúa, Lorena Cabnal, Aura Cumes, Silvia Rivera Cusicanqui e Yuderkys Espinosa-Miñoso. Também incorpora críticas internas ao mestiçagem como categoria política. Conclui-se que o feminismo decolonial permite a reconfiguração dos marcos epistêmicos a partir das margens, reconhecendo as mulheres racializadas como sujeitos epistêmicos. Este trabalho busca contribuir para a ampliação do horizonte teórico do feminismo latino-americano desde uma perspectiva decolonial.
Báez-Alarcón, A., & Fattah-Jeldres, J. (2025). Corpos mestiços deslocados: uma crítica a partir da fronteira. Resonancias. Revista De Filosofía, (20). https://doi.org/10.5354/0719-790X.2025.80157